quinta-feira, janeiro 29, 2009

Sensibilidade, sustentabilidade e bom senso



No Público de hoje vejo uma pequena caixinha de texto que descreve as medidas do plano de Obama de combate à crise. Em grandes números (e em milhões) temos: 275 mil em cortes fiscais; 90 mil em investimentos em infra-estruturas; 87 mil em programas de assistência médica; 79 mil para financiar universidades públicas; 54 mil para energias alternativas, 40 mil para a extensão dos prazos do subsídio de desemprego; 41 mil para o ensino.

Eu gostava de ver num quadro com esta simplicidade o que é de facto o esforço do Estado Português nesta matéria.

Não falo da iniciativa para o investimento e o emprego, que tem um quadro simples como este, que tem coisas comuns (como o investimento na energia renovável ou nas escolas, embora em Portugal sejam obras no parque escolar e não financiamento das universidades) e coisas diferentes como o apoio às empresas (totalmente ausente deste plano de Obama, tanto quanto percebo, eventualmente porque já estava em marcha na presidência anterior).

Também cá não me lembro dos cortes fiscais presentes na proposta de Obama.

E tanto quanto sei os grandes investimentos em infra-estruturas (nomeadamente o aeroporto, a alta velocidade e mais umas auto-estradas, entre outras coisas) têm um peso substancialmente maior aqui que no programa de Obama.

Ora eu, que não percebo nada de economia nem consta que tenha biblioteca, pergunto-me então o que se quer dizer quando se diz que em todo o mundo se estão a tomar o mesmo tipo de medidas para combater a crise.

Por mim investir em insustentabilidade parece-me insensato, investir em sustentabilidade parece-me sensato.

O diabo é perceber se o investimento em renováveis e eficiência energética é investimento no Sabor ou em água quente solar.

henrique pereira dos santos

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